A intensa dinâmica entre líderes evangélicos de diferentes orientações políticas está fortemente presente na paisagem digital brasileira. Mesmo após 11 meses do governo Lula, pastores alinhados a Jair Bolsonaro mantêm uma presença marcante nas redes, ocupando nove das doze posições de maior influência, de acordo com um levantamento da Quaest. No entanto, surge uma notável onda progressista desafiando essa predominância conservadora. Pela primeira vez, líderes religiosos autodenominados "progressistas" emergem como figuras de destaque digital, cada um com mais de um milhão de seguidores. O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) se destaca como líder dessa vertente, utilizando estratégias eficazes para viralizar suas mensagens. Seu mandato na Câmara dos Deputados tornou-se uma plataforma vital para discutir e repercutir questões relevantes para a comunidade evangélica alinhada à esquerda. Além do cenário político, a lista de influentes inclui pastores Caio Fábio (Igreja Presbiteriana) e o cantor gospel Kleber Lucas (Batista), que se destacou ao cantar na posse de Lula em janeiro. Dois outros pastores progressistas foram identificados pela Quaest como influentes: Hermes Fernandes (Reina) e Ariovaldo Ramos (Comunidade Cristã Renovada), com 205 mil e 122 mil seguidores, respectivamente. Entretanto, o crescimento desses líderes não ocorre sem desafios. Rótulos como "petistas" e ameaças são enfrentados por pastores como Hermes Fernandes, que, apesar de suas posições de esquerda, enfrentou hostilidades durante o período eleitoral, chegando a deixar o país. Enquanto conservadores como o pastor Silas Malafaia e o bispo Edir Macedo lideram a maioria do segmento evangélico nas redes, os líderes progressistas buscam questionar falas conservadoras, promovendo debates e buscando repensar posições entre os seguidores. O embate digital entre essas correntes continua a moldar o cenário evangélico nas redes sociais brasileiras.